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Sem Rei nem Rock

by José Camilo

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1.
Eu tinha chegado, o comboio parado Guitarra na mão, na mala a solidão Ela fumava tranquila, o seu corpo reguila Olhou-me por dentro, eu ardi num momento Disse-lhe que estava perdido Ela respondeu “Aren’t we all?” I was smoking outside, just killing my time Loneliness grows, is you who gets small He arrived with a guitar in his right hand Said he was lost, I thought: “boy, believe me, About losing I know it all E mostrou-me o caminho que vai dar ao sol Com brilho intenso Foi luz de farol And he pushed me away, away from the floor Gave me roses and proses And so much more Falei-lhe de onde vinha, perguntei para onde vamos Mostrou-me a esquina onde viu o Joe Strummer Falei-lhe de fado e de Alfama De miradouros na Graça, de gente que se ama Disse-lhe: “preciso de quarto” Ela respondeu: “tenho espaço na cama” I took him to Big Ben, to Camden Town Piccadilly Circus, all bullshit around Told him about punk-rock and all my heroes He liked the Pistols, The Clash and The Zeroes When he asked me where were we going I thought: “we’re all going mad” E mostrou-me as esquinas do seu corpo nu Lagos e colinas O peito cru And I took him home and call him my man Not wife or husband Soul mates instead Os anos passaram, as rugas chegaram Malas e bagagens, fizemos viagens Chegámos a Alfama, calçada em chama E gelo na boca, parecia estar louca E quando a ouvia falar Eu não entendia as palavras no ar The years gone by and he made me blind I went where he was going, no questions behind But when we got there, to the place near the river He wasn’t the same, he just didn’t listen And all that we shared was silence And tears in bed E fez os meus dias ficarem amargos Novas correrias Fim a passos largos And I didn’t recognize him anymore Just waiting for him To show me the door
2.
No dia em que eu deixar de te escrever Talvez percebas que as palavras são chão para correr Corres para mim, corres de mim Como as crianças no ventre do teu jardim No dia em que eu deixar de te escrever Talvez percebas que é raro quem o continue a fazer E o que é raro não é para desperdiçar Nem nunca jogar, podemos perder No dia em que eu deixar de te escrever As maçãs vão cair, não temos sidra para beber Nem peixe cru nem homem nu Nem lábios nos lábios, nem eu nem tu No dia em que eu deixar de te escrever Talvez percebas que o pé não quis perder Agarrei o teu com tanta força Queria a mão, mas é com o pé que se arromba a porta
3.
Não te enganes na estação É Queluz-Belas, não Massamá Não é bem Sintra nem Lisboa Não é uma zona bela nem é uma zona má A Amadora é a aldeia cinzenta onde os alentejanos têm filhos drogados que chumbaram por faltas As filhas trabalham em centros comerciais e os filhos estão desempregados Nada acontece, não há p´ra vir O povo nada pede, apenas mais policia As ruas que não são seguras, as passadeiras foram apagadas Disseram que era esta a terra prometida, mas sem Moisés não há saída Foi tudo prometido e nada cumprido E alguém tem de acender o fósforo Yeah!!!! Queluz está a arder Não há nada a fazer! O povo é pacato, mas também não é muito dado. Se és vizinho fica bem dares os bons-dias mesmo que não te respondam As saudades da terra lutam com as overdoses do afilhado Hipermercados vendem mais barato, mercearias ainda há fiado E os pretos, os ciganos, os monhés e os caucasianos ´ bebemos da mesma água, matamos a sede nos mesmos canos mas se há calças roubadas no estendal, há incompreensão racial Se os comboios estão em greve Eu vou ter de acender o fósforo Yeah!!!! Queluz está a arder Não há nada a fazer!
4.
A Joana vai para a escola A mãe põe-lhe o lanche na mala O pai é o rei da aldeola Faz anos que não lhe fala No intervalo de filosofia O André leva tareia De mais um rufia Esta semana é a terceira Sei este filme de memória Já fui personagem da história Esperar pelas mutações Há um astro que não se alinha Esta feira de aberrações É uma luta de esgrima Bilhete só de ida Não há quem o dê Será que ainda há vida Para além do que se vê Neste concurso de rua Todos ganham presentes O rufia uma bala só sua que lhe dispararam para os dentes A Joana recebeu um bebé com dezasseis anos de idade e o prémio do André Foi ter crises de ansiedade Sei este filme de memória Já fui personagem da história Esperar pelas mutações Há um astro que não se alinha Esta feira de aberrações É uma luta de esgrima Bilhete só de ida Não há quem o dê Será que ainda há vida Para além do que se vê

credits

released June 20, 2018

José Camilo - Voz, guitarra acústica, guitarra eléctrica, letras e músicas (exceptuando Queluz está a arder que foi escrita e composta por Tiago Cavaco).
Jenny Hayes - Voz
Cláudia Correia - Melódica
Cláudio Miranda - Harmónica
Fernando Matias - Percursão

Gravado, captado, misturado, produzido e masterizado por Fernando Matias.
Ilustração da Capa -Tiago Cavaco

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about

José Camilo Sintra, Portugal

"José Camilo mostra-nos, com palavras e canções, as imagens dos subúrbios que foi fotografando na sua mente. Esta é uma viagem de histórias, emoções e percepções, todas elas de mãos dadas com o rock." Bruno Martins, jornalista no Metro

Contactos: josecamilo11@hotmail.com
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