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Obra Camiliana

by José Camilo

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1.
Não te conhecia e já te detestava De cabeça ferida mas erguida Declarei guerra aberta ao que te atava Escuta bem o que direi de seguida Isto mói mas ainda não mata Ficarias belo até ao osso Se em vez dessa gravata Usasses o laço da forca ao pescoço Sangram os dias Estou azedo Sangram os dias Sinto-me azedo És o mágico da minha lamúria Transformaste a motivação em fúria O braço pode estar torcido Mas eu não o dou a torcer Não quero ser livre, quero ser lido Terás de esforçar para entender Quis fazer da guitarra uma pistola Livrei-me das malhas do negócio Sem pedir favores nem esmola Sendo professor, doutorado em ócio Sangram os dias Estou azedo Sangram os dias Sinto-me azedo És o mágico da minha lamúria Transformaste a motivação em fúria Apaga e rebobina Deixa a prosódia e atina Deixa de morcegar E põe-te a trabalhar Deixa a ferida aberta Que só a raiva desperta Nunca vais entender a solidão que carrego nas minhas gargalhadas Sangram os dias Estou azedo Sangram os dias Sinto-me azedo És o mágico da minha lamúria Transformaste a motivação em fúria
2.
Quando me rasgaste o coração eu fiz um transplante Cala-te e sangra
3.
Eu penso, eu acho, eu sei Que as estradas que nos guiam Não vão a lugar algum Eu penso, eu acho, eu sei Que os rios em que nadamos Não desaguam no mar Eu penso, eu acho, eu sei Que o desconhecido é apelativo Mas a saudade é traidora Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Que quando estamos no escuro É quando vemos melhor Eu penso, eu acho, eu sei Que tudo o que é brilhante Deixa-nos ofuscados Eu penso, eu acho, eu sei Que o desconhecido é apelativo Mas a saudade é traidora Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Que a ignorância é um mar Em que me afundo, por vezes Eu penso, eu acho, eu sei, Que a sabedoria é uma boia Que nem sempre chega a tempo Eu penso, eu acho, eu sei Que o desconhecido é apelativo Mas a saudade é traidora Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei Eu penso, eu acho, eu sei
4.
Equilibrismo 04:12
Se o destino está traçado o meu traço está torto se a vida é um equilíbrio a minha é um equilibrismo parece que o divino lança o dado e faz de morto parecemos malabares neste estranho malabarismo Olá! O meu nome é Carlos, estudei para ser jurista sou caixa de supermercado enquanto me passam os produtos pela vista os meus sonhos vão-me passando ao lado Olá! O meu nome é Ana, sempre quis ser atriz mas sirvo em cafés toda a semana tenho a renda para pagar, o puto que o pai não quis o patrão que me quer levar para a cama Se o destino está traçado o meu traço está torto se a vida é um equilíbrio a minha é um equilibrismo parece que o divino lança o dado e faz de morto parecemos malabares neste estranho malabarismo A minha mãe vai à missa e reza por mim o meu pai diz: “foge deste país” fugia se a mãe solteira me dissesse que sim provavelmente nunca reparou neste infeliz O meu miúdo vai à escola todo aprumado gastei tanto em manuais, não comprei nada para mim queria seduzir o rapaz do supermercado mas uma mulher não se pode apresentar assim Se o destino está traçado o meu traço está torto se a vida é um equilíbrio a minha é um equilibrismo parece que o divino lança o dado e faz de morto parecemos malabares neste estranho malabarismo
5.
O sol esconde-se Toca o mar e a cidade Há homens com altos voos O tempo passa Enfia teus pés na terra E começa a observar À tua volta A rotina de uma vida Não será com armas Que irás matar o tempo O sol esconde-se Toca o mar e a cidade O cancro da cidade Fez-nos esquecer Tudo o que é belo E merece acontecer A cruz que carregas Põe-te de costas voltadas
6.
Bate a Porta 04:39
Bate a porta A mãe chegou E o menino foge para o quarto Com os brinquedos desarrumados Abre a porta A mãe olhou E o menino chora no quarto Com o medo do resultado A mãe puxa o cinto E bate, bate, sem parar Sem parar O mundo é uma luta cósmica Entre a fé e o acaso O medo lança a discórdia Entre o sucesso e o fracasso E o menino sonha com o dia Em que bate a porta Bate a porta O pai chegou E o menino não o abraça Com dores não levanta os braços Abre a porta Ouve os passos Sapato alto, salto de desprezo O pai nem imagina o medo A mãe puxa o cinto E bate, bate, sem parar Sem parar O mundo é uma luta cósmica Entre a fé e o acaso O medo lança a discórdia Entre o sucesso e o fracasso E o menino sonha com o dia Em que bate a porta Bate a porta Violentamente E o menino já é rapaz Já não tem medo de toda a gente Abre a porta Mira a rua E o rapaz já é um homem Dá dois passos sempre em frente Enche o peito feito de ar e bate a porta
7.
Se esperas que alguém te toque E as mãos que te rodeiam Picam como agulhas Se esperas que algém te fale E das bocas que te rodeiam Só sai cuspo Espera que o sol brilhe Não deixes que ele te queime E se tudo isto dói e faz ferida São só golpes numa alma perdida São golpes fundos Se queres alguém na tua cama E ao invés dormes Num poço de lama Se queres um terno abraço E ao invés te estrangulam No teu regaço Espera o amanhecer Não te deixes adormecer E se tudo isto te deixa cego São só golpes no teu grande ego São golpes fundos
8.
Sexta-Feira 02:54
Sexta-feira é o dia de todos os eventos Como foi o dia da expulsão de Adão do Paraíso Sexta-feira é o dia de todos os enforcamentos Como foi o dia da crucifixação de Jesus Cristo Ressurreição dos mortos Em julgamento final Sexta-feira é o dia tal Segunda, terça, quarta, quinta, sexta-feira Benção esperada a semana inteira Sexta-feira é o dia que todos conhecem Como foi o dia de jejum na quaresma Sexta-feira é o dia que todos esquecem Como foi o nome do amigo do Crusoe Rui Reininho em bebedeira Grande noite em Albufeira Tudo à sexta-feira Segunda, terça, quarta, quinta, sexta-feira Benção esperada a semana inteira Robert Smith apaixonado Boss AC desempregado Fim de noite agitado
9.
Gisela 03:57
Franzina Gisela Com cores de aguarela Enquanto fazes as unhas Que não te estale o verniz Escrevo e falo de alegria Hás-de entender um dia De peito aberto O meu fado não está certo Na guitarra do teu braço A tua voz quente é o meu aperto De emoção e embaraço No teu bordar com linhas de vida O alto preço da paixão por ti comida Do lounge se faz longe Dos morangos se faz doce Escrevo e falo de alegria Hás-de entender um dia De peito aberto O meu fado não está certo Na guitarra do teu braço A tua voz quente é o meu aperto De emoção e embaraço E da tua terra De onde brotaste do chão Já não cantam galos Canta um trovão De peito aberto O meu fado não está certo Na guitarra do teu braço A tua voz quente é o meu aperto De emoção e embaraço
10.
Eu tinha dito que a acompanharia na caminhada Ela escreveu que já não havia qualquer caminho Eu tinha dito que não queria perder o chão Ela escreveu que iria planar até ao sonho Quando ainda me deixava escalar dentro dela E todos os anjos cantavam com seu arfar Quando ainda não havia qualquer mazela Havia Cohen e Halleluiah sempre a pairar Depois deixámos a ribeira Partimos os dois Viagem derradeira Quando ela escreveu a história aqui encerra Eu só pude ler declaração de guerra Falei-lhe em dançar como índios em tendinhas Ela escreveu que não conseguia acertar o passo Tentei pôr-lhe o anel num dedo partido Ela deu-me o seu punho cerrado Quando ainda me deixava escalar dentro dela E todos os anjos cantavam com seu arfar Quando ainda não havia qualquer mazela Havia Cohen e Halleluiah sempre a pairar Depois deixámos a ribeira Partimos os dois Viagem derradeira Quando ela escreveu a história aqui encerra Eu só pude ler declaração de guerra

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released November 28, 2016

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José Camilo Sintra, Portugal

"José Camilo mostra-nos, com palavras e canções, as imagens dos subúrbios que foi fotografando na sua mente. Esta é uma viagem de histórias, emoções e percepções, todas elas de mãos dadas com o rock." Bruno Martins, jornalista no Metro

Contactos: josecamilo11@hotmail.com
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